Coluna Científica

Vida – O nosso bem maior

Autora: Marcia Léon.

 

Quando buscamos no dicionário¹ o significado da palavra vida, encontramos a seguinte definição: “é a propriedade que caracteriza os organismos cuja existência evolui do nascimento até a morte.”

Observando o nosso momento ao longo da história da Humanidade, para a grande maioria das pessoas que vivem no nosso planeta Terra esta realmente é a definição mais comumente difundida e aceita, sem muitas vezes ser analisada do seu ponto de vista fisiológico e filosófico. Mas, dentro do contexto espírita, será que poderemos definir a vida desta mesma forma?

A pergunta 63 de O livro dos espíritos, formulada por Allan Kardec, e a resposta direcionada pelos Espíritos da Codificação remetem-nos ao pensamento de que:

“…a vida é um efeito devido a ação de um agente sobre a matéria. Esse agente, sem a matéria, não é a vida, do mesmo modo que a matéria não pode viver sem esse agente. Ele dá a vida a todos os seres que o absorvem e assimilam”².

A explicação faz-nos compreender que, para existir a vida, é necessária a ligação de um princípio inteligente a um corpo material, sendo este, assim, vitalizado e, consequentemente, passando a viver na materialidade, interagindo em seu meio de relação, inicialmente familiar e, posteriormente, social.

E quando pensamos na “ação de um agente sobre a matéria”,estamos falando do espírito, o ser espiritual, a centelha divina, em processo de materialização junto ao corpo físico pelas bênçãos da reencarnação, por um determinado período de tempo, adequado às suas necessidades espirituais, dentro de uma linha mestra de aprendizados, correções e reparos ao longo da sua existência.

A partir deste contexto, poderemos nos perguntar: Quando começa a Vida Humana?

O Professor Dr. Keith Moore, embriologista na Universidade de Toronto, no Canadá, em seu livro, Embriologia clínica, afirma-nos que o desenvolvimento humano começa na fecundação, explicando-nos que  

“…a fecundação é uma sequência de eventos que começam com o contato entre o espermatozoide e o ovócito secundário (óvulo) e termina com a fusão do núcleo do espermatozoide e do óvulo, e consequentemente, pareamento dos cromossomas maternos e paternos”³.

A partir desse pareamento, a célula ovo, também conhecida como zigoto, é formada, e o processo de multiplicação e diferenciação celular inicia-se, determinando a formação do corpo humano ao longo das quarenta semanas seguintes.(tirei o aproximadamente)

Por outro lado, mas de forma integrativa, André Luiz, em seu livro Missionários da luz, orienta-nos e complementa, através da fala do Instrutor Alexandre, que a ligação do Espírito reencarnante processa-se neste exato momento da união dos gametas feminino e masculino, esclarecendo que “não há criação sem fecundação. As formas físicas descendem das uniões físicas. As construções espirituais procedem das uniões espirituais. A obra do Universo é filha de Deus(4)”.

Sendo assim, a Vida é um bem maior e inalienável, para cada um de nós, em especial, nos dois planos da existência. O ser espiritual necessita do corpo físico quando do processo reencarnatório, para sua jornada evolutiva, assim como o corpo, para adquirir a vida, necessita do espírito, na sua forma de princípio inteligente, para dar-lhe a vitalidade necessária para seguir em sua caminhada evolutiva. Esta ação conjunta compreende, então, o mais belo projeto do Pensamento Divino, onde cada um de nós recebe a possibilidade de crescimento, enquanto ser espiritual vivendo na materialidade, para aprender a amar verdadeiramente.

Referências:

  1. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda.  Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 8ª edição. Ed. Positivo.
  2. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Parte I, cap.4. Do Princípio Vital, Seres Orgânicos e Inorgânicos. 93ª edição. Ed. FEB.
  3.  MOORE, Keith. T.V.N Persaude. Embriologia clínica. Início do Desenvolvimento, Fecundação. 3ª edição. Ed Interamericana.
  4. XAVIER, Francisco Cândido (pelo Espírito André Luiz). Missionários da luz. Reencarnação de Segismundo. Cap 13. 20ªedição. Ed. FEB.
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